Gaúcho
Nome pelo qual é conhecido o homem do campo na região dos pampas da Argentina, Uruguai e do Rio Grande do Sul e, por extensão, os nascidos neste estado brasileiro.
Originariamente, o termo foi aplicado, em sentido pejorativo (como sinônimo de ladrão de gado e vadio), aos mestiços e índios, espanhóis e portugueses que naquela região, ainda selvagem, viviam de prear o gado que, fugindo dos primeiros povoamentos espanhóis, se espalhava e reproduzia livremente pelas pastagens naturais. Igualmente livre, sem patrão e sem lei, o gaúcho tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira.
No séc. XVIII, foi o gaúcho brasileiro um instrumento de fixação portuguesa no Brasil meridional, contribuindo para a manutenção das fronteiras com as regiões platinas. Com o estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, o gaúcho perdeu seus hábitos nômades, enquadrando-se na nova sociedade rural como trabalhador especializado: era o peão das estâncias.
O reconhecimento de sua habilidade campeira e de sua bravura na guerra fez com que o termo "gaúcho" perdesse a conotação pejorativa. Paralelamente, surgiu uma literatura gauchesca, incorporando as lendas de sua tradição oral e as particularidades dialetais, e exaltando sua coragem, apego à terra, seu amor e liberdade
Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra.
Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Campeões do Freio de Ouro 2011
FÊMEAS
1º lugar
RZ Reclusion da Carapuça, box 18
Cabanha Profecia, Parobé (RS)
Ginete: Cézar Augusto Schell Freire
Nota: 20,967
2º lugar
Fantasia Cala Bassa, box 44
Cabanha Cala Bassa, Aceguá (RS)
Ginete: Marcelo Rezende Móglia
Nota: 20,800
3º lugar
Capanegra Jocasta, box 42
Cabanha Capanegra, Dom Pedrito (RS)
Ginete: Lindor Collares Luiz
Nota: 20,099
MACHOS
1º lugar
Feriado de Santa Edwiges, box 51
Cabanha Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul (RS)
Ginete: Milton Castro
Nota: 20,107
2º lugar
JCL Descuido, box 88
Condomínio Descuido, Cabanha São José e Gilbert Munhoz, de Butiá (RS)
Ginete: Maurício Niquel
Nota: 20,095
3º lugar
RZ Revuelto Cristal da Carapuça, box 70
Fazenda Tarumã e Estância da Conquista, Julio de Castilhos e Lavras do Sul (RS)
Ginete: Daniel Waihrich Marim Teixeira
Nota: 20,072
domingo, 28 de agosto de 2011
Campeões do Freio de Ouro O primeiro esboço do que hoje é o Freio de Ouro, que chega à sua 30ª edição em 2011, ocorreu no ano de 1977, na 1ª Exposição Funcional de Jaguarão, uma mostra modesta, mais ou menos improvisada, com um número reduzido de participantes. Naquele momento, os criadores de cavalos crioulos verificaram que o desenvolvimento da raça passava pela promoção de provas funcionais. Até então, demonstrações desse tipo não faziam parte do calendário oficial da raça, existindo apenas julgamentos morfológicos.
Em 1980, a 3ª Funcional conseguiu atrair a atenção do país inteiro, sendo visitada pelo então presidente da República, general João Batista Figueiredo, um aficionado por cavalos. No ano do cinqüentenário da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), em 1982, foi oficializada a prova campeira que seria realizada anualmente durante a Expointer, grande feira agropecuária do Sul do país.
O Freio de Ouro foi inspirado nas exposições funcionais de Jaguarão, que passou a ser uma etapa classificatória, assim como Pelotas e Bagé. No ano seguinte, Uruguaiana também integrou essa lista.
No primeiro ano de disputa, participaram 12 animais, competindo sem distinção de gênero. O primeiro campeão foi Itaí Tupambaé, filho de La Invernada Hornero (consagrado reprodutor da raça) e Preciosa dos Cinco Salsos, do criador Oswaldo Pons, um histórico crioulista. A partir daí, firmava-se o Freio de Ouro como o grande acontecimento da maior raça de equinos do Rio Grande do Sul.
Em 1983, a prova do Freio de Ouro foi batizada com o nome de Roberto Bastos Tellechea, uma homenagem póstuma a esse incentivador da raça crioula. Em 1990, houve uma grande perda com o falecimento do veterinário Flávio Bastos Tellechea. Em reconhecimento, a prova Freio de Ouro leva o nome dos dois irmãos.
Os animais competiram sem distinção de gênero até 1993, quando ocorreu a divisão de machos e fêmeas em competições separadas. A primeira grande campeã foi a égua Gaita do Mata-Olho, montada por Clair Odilon, de propriedade da Cabanha uruguaianense Posto Branco.
Até hoje, ocorrem mudanças na competição devido ao avanço da raça e de seus adeptos. O que antes era somente quatro etapas classificatórias e uma final transformou-se em cerca de 70 etapas credenciadoras, sete classificatórias no Rio Grande do Sul, três fora do Estado (Santa Catarina, Paraná e Brasília) e duas internacionais (Uruguai e Argentina), além da grande final em Esteio. Para 2012, está previsto o ingresso do Chile no Freio de Ouro.
sábado, 27 de agosto de 2011
Em mais um Freio de Ouro
Joca Martins
Vai pelas credenciadoras nesse campeiro ritual
O pingo bueno de rédeas mas que depende da média
Pra ir pra semifinal
Assim a morfologia tem seu papel essencial
Porque o cavalo perfeito deve ser ainda bem feito
Dentro do "standard" racial
Na andadura chega ao tranco, troteia pra o povo ver
E num galope que avança até parece que dança
No embalo de um chamamé
Vem a prova de figura, os giros e as esbarradas
Duas provas de mangueira Bayard/Sarmento e as ligeiras
Emoções das paleteadas
E assim, cortando as estradas nessa corrida do freio
Em diferentes paisagens vai se fazendo a triagem
Dos pingos que vão pra Esteio
Herdeiros da estirpe guapa, titãs de crina e de couro
Vão entre poeira e fumaça fazendo a história da raça
Em mais um freio de ouro
Um cavalo e uma égua somente eles terão
Numa disputa acirrada a posição cobiçada
De ser o novo campeão
Mas todo o ano o crioulo, esse terrunho tesouro
Mostra a verdade exitosa, a raça sai vitoriosa
Em mais um freio de ouro!
Pra o Índio que Gineteia
César Oliveira
Quando me salta um floreio de milonga pela boca
Me dá uma vontade louca de atorar a guitarra ao meio
Sou um homem dos arreios, conheço parada feia
Pois trago dentro das veias minha estampa palanqueada
E esta cantiga aporreada pra um índio que gineteia
Ginetear é uma vocação que o índio já traz de berço
Onde aprende a rezar o terço desta xucra religião
Pois quem traz no coração tropilhas de mau costeados
Crinudos e descrinados "maulas" da marca borrada
São mestres nas gineteadas entre potros e aporreados
O mundo troca de ponta e a vida toreia a morte
porque o destino e a sorte de gineteadas nos contam
De baguais que se desmontam no meio da polvadeira
Treme o chão da fronteira quando um paysano se atora
Amarrando um par de esporas num par de botas potreiras
Quem tem alma de palanque conhece a força do lombo
Mas não se entrega num tombo se algum corcóvo lhe arranque
Porque a volta do rebenque num floreio rasga o vento
A coragem é um sentimento que fez do taura um sulino
Esporeador dos malinos que sentem cosca do tento
Pra um índio que gineteia este cantar é um regalo
Pois quando empeço a cantá-lo o meu sangue corcoveia
Uma ânsia se boleia inté parece feitiço
Pois me agrada um reboliço que se apronta mano a mano
Com as garras de algum paisano e os ferros de um fronteiriço.
César Oliveira
Quando me salta um floreio de milonga pela boca
Me dá uma vontade louca de atorar a guitarra ao meio
Sou um homem dos arreios, conheço parada feia
Pois trago dentro das veias minha estampa palanqueada
E esta cantiga aporreada pra um índio que gineteia
Ginetear é uma vocação que o índio já traz de berço
Onde aprende a rezar o terço desta xucra religião
Pois quem traz no coração tropilhas de mau costeados
Crinudos e descrinados "maulas" da marca borrada
São mestres nas gineteadas entre potros e aporreados
O mundo troca de ponta e a vida toreia a morte
porque o destino e a sorte de gineteadas nos contam
De baguais que se desmontam no meio da polvadeira
Treme o chão da fronteira quando um paysano se atora
Amarrando um par de esporas num par de botas potreiras
Quem tem alma de palanque conhece a força do lombo
Mas não se entrega num tombo se algum corcóvo lhe arranque
Porque a volta do rebenque num floreio rasga o vento
A coragem é um sentimento que fez do taura um sulino
Esporeador dos malinos que sentem cosca do tento
Pra um índio que gineteia este cantar é um regalo
Pois quando empeço a cantá-lo o meu sangue corcoveia
Uma ânsia se boleia inté parece feitiço
Pois me agrada um reboliço que se apronta mano a mano
Com as garras de algum paisano e os ferros de um fronteiriço.
A uma Tropilha Veiaca
Inté parece que o chão vem se abrindo aos poucos quando esses loucos se entropilham na invernada
E vem roncando marcando a casco este pampa mostrando a estampa topete e cola aparada
Zainos, tordilhos, gateados baios e mouros pingos de estouro que se aporrearam por malos
Negando o estribo ao índio que joga a sorte de encontra a morte no lombo desses cavalos
É das baguala esta tropilha que eu canto e lhes garanto não hay eguada mais dura
Um querosena da marca de Dom Reinaldo deixa arrepiada a mais taura das criaturas
(Quem tem coragem força na perna e destreza sente firmeza quando um sotreta se atora
Porque um veiaco da tropilha da floresta enruga a testa no guasca que calça a espora)
Esta tropilha é conhecida por veiaca pra maritacas e rebenques não se entrega
De ponta a ponta cruza o meu pago sagrado com o lombo arcado dando coice nas macegas
Eguedo quebra se entona soprando as ventas porque sustenta mil marcas entreveradas
Pois o destino do flete que não se amansa deixa lembranças numa tropilha aporreada
Pingos de fama Pato Preto e Chacarera Moura, Cruzeira, Reboldosa e Temporal
São entre outros malevas que escondem o rastro em pêlo e basto seja argentino ou oriental
Por isso aonde um cincerro bater mais forte e o vento norte assoviar junto das frestas
Andarão soltos na fumaça do entrevero os caborteiros da tropilha da floresta
Andarão soltos na fumaça do entrevero os caborteiros da tropilha da floresta
César Oliveira
Inté parece que o chão vem se abrindo aos poucos quando esses loucos se entropilham na invernada
E vem roncando marcando a casco este pampa mostrando a estampa topete e cola aparada
Zainos, tordilhos, gateados baios e mouros pingos de estouro que se aporrearam por malos
Negando o estribo ao índio que joga a sorte de encontra a morte no lombo desses cavalos
É das baguala esta tropilha que eu canto e lhes garanto não hay eguada mais dura
Um querosena da marca de Dom Reinaldo deixa arrepiada a mais taura das criaturas
(Quem tem coragem força na perna e destreza sente firmeza quando um sotreta se atora
Porque um veiaco da tropilha da floresta enruga a testa no guasca que calça a espora)
Esta tropilha é conhecida por veiaca pra maritacas e rebenques não se entrega
De ponta a ponta cruza o meu pago sagrado com o lombo arcado dando coice nas macegas
Eguedo quebra se entona soprando as ventas porque sustenta mil marcas entreveradas
Pois o destino do flete que não se amansa deixa lembranças numa tropilha aporreada
Pingos de fama Pato Preto e Chacarera Moura, Cruzeira, Reboldosa e Temporal
São entre outros malevas que escondem o rastro em pêlo e basto seja argentino ou oriental
Por isso aonde um cincerro bater mais forte e o vento norte assoviar junto das frestas
Andarão soltos na fumaça do entrevero os caborteiros da tropilha da floresta
Andarão soltos na fumaça do entrevero os caborteiros da tropilha da floresta
Rio Grande do Sul
Jurema Chaves
Pra ser gaúcho não precisa
Ter nascido aqui no sul,
Basta amar o céu azul
E gostar do mate amargo;
Caricias do minuano,
Que nos vem fazer afagos,
Esse vento nativo
Que faz parte deste pago.
Ser gaúcho, meus senhores,
É trazer dentro do peito,
Com todo amor e respeito,
A gloriosa tradição;
Usar vestido de chita,
Dançar xote e chamarrita
Nos fandangos de galpão.
É trazer no coração
Um Rio Grande, assim, pequeno,
Molhado pelo sereno
No frescor da madrugada;
É gostar da gauchada,
É amar o João Barreiro;
E ter a simplicidade
Desse povo hospitaleiro.
Amar o cheiro da terra,
Misto de agreste e selvagem;
É o gado nas pastagens
Para enfeitar as Campinas;
São as águas cristalinas,
Numa incansável viagem,
Indo ao encontro do mar
Levando doce mensagem.
É o grito do Quero–quero,
Autêntico sentinela;
É o barulho da cancela,
Do peão voltando pra estância;
É ter no peito essa ânsia
De vida, paz e esplendor;
É cantar todo o encanto
De um pago, feito de amor!
Cavalo Crioulo
Luiz Carlos Borges
O pampa americano era de ninguém
Um continente à espera de seu senhor
Quando aportou a nau que vinha do além
Trazendo o europeu colonizador
Um continente à espera de seu senhor
Quando aportou a nau que vinha do além
Trazendo o europeu colonizador
Que pra tomar a terra como um tropel
Se armou da valentia de4 seu corcel
E este cavalo ibérico ao fim se alçou
E o pampa recriou
Se armou da valentia de4 seu corcel
E este cavalo ibérico ao fim se alçou
E o pampa recriou
Então a seleção se fez natural
Sobreviveno apenas quem se moldou
Ao ambiente agreste que era bagual
E assim foi que o crioulo se aquerenciou
Sobreviveno apenas quem se moldou
Ao ambiente agreste que era bagual
E assim foi que o crioulo se aquerenciou
E se tornou nativo desse rincão
Como um diamante sem a lapidação
Pro tino do campeiro selecionar
Trabalho secular
Como um diamante sem a lapidação
Pro tino do campeiro selecionar
Trabalho secular
Cavalo é crioulo porque é o padrão
"Del gaucho" e dos gaúchos mais atuais
Um sonho que se cria cada vez mais
No fundo da invernada do coração
"Del gaucho" e dos gaúchos mais atuais
Um sonho que se cria cada vez mais
No fundo da invernada do coração
No lombo de um gateado me sinto um rei
E o mundo todo gira na minha lei
Pois com o pé no estrivo, a rédea na mão
A alma sai do chão
E o mundo todo gira na minha lei
Pois com o pé no estrivo, a rédea na mão
A alma sai do chão
Vieram então as marchas pra comprovar
Toda uma resistência que é sem igual
E a exposição do freio pra consagrar
Um biotipo lindo e mais funcional
Toda uma resistência que é sem igual
E a exposição do freio pra consagrar
Um biotipo lindo e mais funcional
E o mundo do campeiro testemunhou
Um pingo que montado se agigantou
E além de dar serviço passou a ser
De esporte e de lazer
Um pingo que montado se agigantou
E além de dar serviço passou a ser
De esporte e de lazer
Cavalo que anda pronto pra um desafio
Que na arrancada junta o zebu gavião
Que num giro de patas faz currupio
Que na esbarrada espalha a cola no chão
Que na arrancada junta o zebu gavião
Que num giro de patas faz currupio
Que na esbarrada espalha a cola no chão
A história de amor que não tem mais fim
É a história do crioulo viva paixão
Um sonho pela rédea o cavalo enfim
Do peão e do patrão!
É a história do crioulo viva paixão
Um sonho pela rédea o cavalo enfim
Do peão e do patrão!
Gaúcho Farrapo
Adenir Paz da Silva
Sou feliz, nasci Gaúcho
Deus me deu este regalo.
sou briguento que nem galo
peleando no rinhedeiro.
sou pachola, sou faceiro.
sou bagual não tenho encilha,
sou livre, sou farroupilha.
pra lutar fui um guerreiro.
Sou xucro, criado guaxo.
falquejado em coronilha,
fui cincerro de tropilha
de um tempo maula e aragano.
Sou alçado, não tenho dono.
meu andar ninguém maneia,
sou noite de lua cheia
vigiando, não tenho sono.
Meu grito é retumbar de legüero
chamando e atiçando a tropa.
Meu destino é quem galopa
nas patas da evolução,
sou raiz, sou tradição
de um passado de glórias.
fui evolução, sou história
lutando por este chão.
Eu demarquei as fronteiras,
da República a Rio-grandense,
o Rio Grande me pertence,
eu lutei pra este fim.
fui tambor e fui clarim
nos fervores de uma guerra.
Eu sou filho desta terra.
fui farrapo e sou assim
Adenir Paz da Silva
Sou feliz, nasci Gaúcho
Deus me deu este regalo.
sou briguento que nem galo
peleando no rinhedeiro.
sou pachola, sou faceiro.
sou bagual não tenho encilha,
sou livre, sou farroupilha.
pra lutar fui um guerreiro.
Sou xucro, criado guaxo.
falquejado em coronilha,
fui cincerro de tropilha
de um tempo maula e aragano.
Sou alçado, não tenho dono.
meu andar ninguém maneia,
sou noite de lua cheia
vigiando, não tenho sono.
Meu grito é retumbar de legüero
chamando e atiçando a tropa.
Meu destino é quem galopa
nas patas da evolução,
sou raiz, sou tradição
de um passado de glórias.
fui evolução, sou história
lutando por este chão.
Eu demarquei as fronteiras,
da República a Rio-grandense,
o Rio Grande me pertence,
eu lutei pra este fim.
fui tambor e fui clarim
nos fervores de uma guerra.
Eu sou filho desta terra.
fui farrapo e sou assim
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